Cresce o mercado de tecnologia no-code
Mais de 65% dos softwares e aplicativos serão desenvolvidos com programação de pouco ou nenhum código até 2024.
O mercado global de tecnologias low-code e no-code, programação com pouco ou sem código algum, vive um momento de expansão. O crescimento é justificado pela necessidade de as organizações aprimorarem os processos de trabalho. As projeções indicam que o setor seguirá em alta nos próximos anos.
De acordo com pesquisa da consultoria Gartner, o mercado mundial de desenvolvimento low-code deve atingir US$ 26,9 bilhões ainda este ano, refletindo um crescimento de 19,6% em relação a 2022.
O mesmo estudo indica que, até 2024, mais de 65% dos softwares e aplicativos serão desenvolvidos com uso de pouca codificação. A partir de então, é esperada a taxa média de crescimento de 40% ao ano.
Já as pesquisas do Information Services Group (ISG) identificam que, atualmente, esse mercado vale cerca de US$ 25 bilhões e deve atingir a marca de US$ 45,5 bilhões até 2027.
Dessa forma, as ferramentas no-code e low code ganham cada vez mais espaço no dia a dia das empresas. A programação com pouco ou sem código algum ajuda a amenizar o déficit de profissionais da área de tecnologia da informação (TI) e a atender a crescente digitalização das organizações. De acordo com o levantamento Google for Startups, só no Brasil, a lacuna na área de TI pode chegar a 530 mil profissionais em 2025.
A distinção central entre os conceitos de low-code e no-code é o nível de envolvimento com a codificação. No primeiro, há pouco uso de códigos, sendo necessária a presença de um profissional para ajustes finais. Já no segundo, o usuário comum é capaz de desenvolver a aplicação por completo.
O desenvolvimento com pouca ou nenhuma necessidade de código está transformando diversos setores por oferecer a oportunidade de criar sistemas simplificados, que podem agilizar e otimizar as operações comerciais.
Os interessados em atuar na área podem aprender a usar as ferramentas de forma rápida e acessível, sem prejudicar a qualidade do trabalho. Pelo contrário, os estudos apontam que as tecnologias low-code e no-code têm o potencial de aumentar a eficiência em todas as áreas de atuação.
Plataformas auxiliam a criação de apps para solucionar demandas cotidianas
As diferentes ferramentas no-code e low-code disponíveis no mercado possibilitam ao profissional que não é da área criar aplicativos e softwares simples para solucionar demandas do dia a dia.
Entre os exemplos está a ferramenta Flutterflow , que permite desenvolver aplicativos nativos sem necessidade de conhecimento em programação. O uso dessa plataforma no-code tem crescido notável no mercado, motivando atualizações frequentes, lançadas mensalmente.
A plataforma é fundamentada no Framework Flutter, desenvolvido pelo Google, e emprega a linguagem de programação Dart. O Flutter é conhecido por sua capacidade de criar aplicativos nativos para Android, iOS, Mac, Windows e até mesmo para a web.
Movimento tem papel tecnológico e social
De acordo com informações divulgadas pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL/SC), o movimento low-code e no-code tem caráter tecnológico e social. Isso porque ajuda a resolver uma questão socioeconômica, que é a falta de profissionais de tecnologia.
Dessa maneira, trata-se de uma democratização do desenvolvimento, uma vez que o poder de criação de software é dado a pessoas que não tiveram dinheiro ou tempo para se dedicar aos cursos universitários.
É importante ressaltar que esse movimento não tem a intenção de substituir os profissionais de tecnologia, mas sim de complementar o trabalho. Enquanto os programadores especializados continuarão a desenvolver softwares mais complexos, os desenvolvedores no-code e low-code desempenham um papel fundamental na criação de soluções simples para as necessidades cotidianas das empresas.
