Fim do Yahoo? Saiba o futuro da big tech no Brasil
Site da Yahoo Brasil deve ser descontinuado no fim de março
O Yahoo, uma das big techs que atuam no Brasil há mais tempo, anunciou uma grande mudança operacional com demissão em massa e fim da versão nacional do site no fim de março. Além da área editorial, a empresa atua em diversos campos, como mecanismos de busca, big data e publicidade.
No início do ano, a empresa anunciou um corte de mais de 20% do seu quadro de funcionário global, o que deve causar a demissão de cerca de 1.600 pessoas no decorrer de 2023. Nos primeiros meses do ano, a empresa demitiu cerca de 1.000 funcionários, incluindo profissionais da divisão brasileira da companhia.
O que se sabe da reformulação do Yahoo no Brasil?
No escritório brasileiro, a empresa já anunciou a demissão de toda a equipe do Yahoo Business, setor de negócios, tecnologia e publicidade da marca. Esse segmento da empresa deve ser o mais impactado pela onda de demissões global do negócio.
Outro setor que será impactado com as demissões é o de conteúdo. Segundo informações dos próprios funcionários da empresa, o site (yahoo.com.br) será extinto no Brasil, ficando ativo apenas até o fim de março. Com isso, toda a equipe de conteúdo da empresa no Brasil já foi comunicada que será demitida.
As demissões não teriam sido motivadas por conta da crise no faturamento. Tanto que, apesar da onda de demissões em big techs nos últimos meses, o Yahoo se manteve firme em sua operação no Brasil com bom faturamento, principalmente no setor de mídia programática para TVs conectadas e digital out-of-home.
Segundo André Izay, que liderou a divisão do Yahoo Brasil durante 15 anos, a operação da empresa no Brasil é a segunda melhor e terceira maior operação de DSP em todo o mundo, à frente de muitos mercados maiores e mais fortes que o brasileiro.
Nova estratégia global motivou mudanças da companhia
O processo de mudança operacional do Yahoo começou no ano passado, pouco tempo após a empresa ter sido adquirida pelo fundo de investimentos Apollo Global Management, por cerca de US$ 5 bilhões no fim de 2021.
Na época da compra, a empresa tinha cerca de 10 mil funcionários e a expectativa é de que termine 2023 com cerca de 6 mil pessoas apenas. De acordo com o CEO do Yahoo, Jim Lanzone, os cortes foram motivados por uma mudança de estratégia da marca. O principal objetivo é enxugar e encerrar a operação para focar em áreas mais lucrativas para o negócio.
Segundo o executivo, as mudanças visam fortalecer o modelo de publicidade do Yahoo a longo prazo, permitindo que a marca gere mais valor para clientes e parceiros. Em 2022, a empresa anunciou acordo com a agência Taboola por 30 anos para a prestação de serviços de publicidade, o que será mantido. Com o acordo, o Yahoo se tornou o principal acionista individual da agência, com 25% das ações.
Qual é o impacto da saída do Yahoo no Brasil?
A saída do Yahoo causa impacto em diversas empresas do setor de mídia e tecnologia do Brasil. O primeiro fator que ainda deve ser definido pela empresa é a continuação ou o encerramento de vários contratos de publicidade fechados para os próximos meses — ainda não se sabe se a empresa planeja cumprir os contratos ou não.
No segmento de publicidade e mídia out-of-home, o fim da operação do Yahoo deve impactar empresas de tecnologia e mídia que usavam o inventário e os serviços do Yahoo. Por outro lado, a saída da empresa do Brasil abre espaço para que novas empresas de mídia possam ocupar essa fatia de mercado no país.
Com as demissões em massa no Yahoo, a onda de layoffs nas principais big techs do mercado, como Amazon, Meta, Microsoft e Google, gerou o corte de cerca de 100 mil pessoas nos últimos meses.
