O que é e como funciona a geração distribuída de energia?
Já pensou em gerar a energia elétrica que você consome na sua casa ou empresa? Se você tem esse objetivo, precisa saber o que é geração distribuída e as vantagens dessa modalidade.
Na última década, o setor elétrico aprovou inovações importantes relacionadas à geração e ao consumo de eletricidade no país.
Essa flexibilidade começou em 2012 com a Resolução Normativa nº 482 que regulamentou a geração distribuída e permitiu que inúmeros brasileiros começassem a gerar a própria energia.
Ao longo dos anos, a adesão a essa modalidade foi aumentando, assim como ajustes na lei foram realizados para facilitar a adesão de cada vez mais consumidores.
Segundo um relatório da Agência Internacional de Energia, entre 2019 e 2021, foram gerados 167 gigawatts (GW) de eletricidade no mundo por meio da energia solar. A estimativa para 2022 é que sejam gerados mais 59 GW.
Se você busca economias inteligentes e está disposto a investir para alcançar esse resultado, continue lendo e entenda o que é e como funciona a geração distribuída.
Boa leitura!
O que é geração distribuída?
A geração distribuída (GD) é uma forma de produção de energia elétrica na qual a unidade geradora fica próxima do ponto de consumo.
Um dos principais diferenciais do GD é a utilização de fontes renováveis para geração de eletricidade. A mais utilizada é a energia fotovoltaica por meio de painéis que captam a luz solar transformando-a em eletricidade.
A proximidade dos pontos de geração e consumo é outro diferencial, pois a geração distribuída diminui os gastos com redes de transmissão longas, o desperdício e os impactos ambientais de se produzir energia elétrica.
No Brasil, a infraestrutura de geração distribuída já tem um potencial instalado para gerar 12,2 GW de eletricidade, segundo dados da Aneel. Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, respectivamente, são os três maiores estados geradores.
Essa evolução segue a tendência mundial e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que até 2031 existam aproximadamente mais três milhões de novos consumidores de GD no país.
Micro e minigeração distribuída
Em 2012, a Aneel estabeleceu as condições gerais para o acesso à geração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica e o sistema de compensação de energia.
Depois de três anos em vigor, a resolução normativa nº 687 de 2015 atualizou a política de créditos e a diferenciação entre microgeração e minigeração distribuída (MMGD).
- Microgeração: potência instalada inferior ou igual a 75 kW (quilowatts) na central geradora de energia elétrica por meio de fontes renováveis ou cogeração qualificada;
- Minigeração: potência instalada superior a 75 kW e menor ou igual a 3 MW (para fonte hídrica) e menor ou igual a 5 MW para cogeração qualificada e demais fontes renováveis na central geradora de energia.
Assim, foi criada uma classificação das centrais de GD de acordo com sua capacidade de geração instalada. Confira no vídeo abaixo quem pode participar:
VÍDEO
Como funciona a geração distribuída?
A geração distribuída pode funcionar de diferentes maneiras de acordo com a modalidade escolhida para implementação. Veja quais são as opções:
Geração na unidade consumidora
Nessa primeira modalidade de geração distribuída, o sistema é instalado no mesmo local onde a energia será utilizada (unidade consumidora). A fonte mais utilizada é a energia solar que tem uma estrutura adaptável a maioria dos imóveis em áreas urbanas e rurais.
Além de abastecer o imóvel, quando o sistema produz além do que é consumido na unidade, o excedente gera créditos de energia junto a distribuidora que podem ser abatidos nas faturas seguintes da unidade ou em outro imóvel do titular.
Geração compartilhada
Outra modalidade de GD é a geração compartilhada. Nela, dois imóveis, sejam de pessoas físicas ou jurídicas, podem se unir para criar um sistema de microgeração ou minigeração em um local diferente das unidades consumidoras.
Para isso, é preciso apenas que os imóveis estejam na área coberta pela distribuidora local. A vantagem é dividir os custos de implementação e os créditos de energia para baratear a conta de luz.
Autoconsumo remoto
O autoconsumo remoto é outra modalidade de geração distribuída, onde o titular do imóvel pode produzir em uma unidade e direcionar o excedente para outro imóvel que também esteja em seu nome.
Essa modalidade é válida para uma pessoa que é dona de duas casas na mesma cidade ou uma empresa que tenha filiais na cidade vizinha que também é coberta pela mesma distribuidora de energia.
Múltiplas unidades consumidoras
A última modalidade de GD é a de múltiplas unidades consumidoras. Neste caso, é formada uma associação que vai dividir os custos de implementação e firmar um contrato com os percentuais de distribuição para cada unidade.
Para isso, é preciso que as unidades estejam na mesma propriedade (condomínios, por exemplo) ou em áreas contíguas.
Quais as vantagens e desvantagens da geração distribuída?
Como vantagens da geração distribuída podemos citar:
- redução no valor da conta de luz;
- economia nos gastos de interligação e distribuição da energia;
- utilização de fontes limpas e renováveis para geração;
- autonomia energética;
- diminuição de perdas técnicas de energia em relação às linhas de transmissão convencionais;
- mais agilidade para atender as demandas de consumo;
- menos impacto no meio ambiente com a geração de energia.
Já entre as desvantagens, que são desafios importantes que os candidatos a GD precisam considerar, estão:
- investimento inicial caro em equipamentos e mão de obra;
- licenciamento ambiental para algumas modalidades;
- conseguir financiamento para os projetos, especialmente para pessoas físicas.
Gostou de saber o que é geração distribuída e conhecer seus prós e contras? Esse tipo de produção e distribuição de energia acontece dentro do Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e junto à distribuidora local para que todas as regras sejam cumpridas.
Para saber como funciona onde você mora, a recomendação é entrar em contato com a empresa responsável pela sua cidade. Assim, você pode começar um projeto de geração distribuída da forma certa. Bom trabalho!
Este artigo foi escrito pela Esfera Energia, empresa referência nacional em gestão de energia no Mercado Livre de Energia e Geração Distribuída.
