Tecnologia

Partiu revolução artificial?

26 de July de 2023
Partiu revolução artificial?<

Mudança no cenário global com o forte avanço da tecnologia, indústrias, migrações, inovações de produção, eis um contexto de 2023, século 21 e a vida cabe em um smartphone. Nada disso, “mudança no cenário global com o forte avanço da tecnologia, indústrias, migrações, inovações de produção”, eis o cenário em 1760, século 18, e a vida se tornava mais rápida. Começava ali a Revolução Industrial, que não só transformou a produção de bens de consumo como afetou diretamente a sociedade. Um processo histórico que estabeleceu o desenvolvimento tecnológico da indústria e mudou a rotina das pessoas. 

E mais, a ascensão das indústrias modificou a economia da época, trazendo inovações na área de produção e comercialização de bens. “O avanço na produção da indústria mudou todo o cenário global, a produção de produtos era mais rápida e mais barata, ocasionando no deslocamento de grande parte da população que vivia no campo para as cidades”, explica o site Politize.

O ponto de partida foi a indústria têxtil, na Inglaterra, e as primeiras grandes máquinas do período foram idealizadas para ampliar a produção de roupas. Passava-se da manufatura, do artesanato, para a produção em máquinas de tear,  que permitia que o trabalhador fosse capaz de produzir dezenas de fios ao mesmo tempo.

A partir daí foram invenções e transformações que não pararam mais, ferrovias, telégrafo, salário, sindicatos, transportes. Os bisavós do que se tem hoje no mundo e o que ainda vem por aí, como o professor e filósofo israelense Yuval Noah Harari traz, de forma até assustadora para alguns, em seu livro 21 lições para o século 21, lançado em 2018. Conforme o autor, os desafios da humanidade no próximo século serão o retorno da guerra, o colapso ecológico e a disrupção tecnológica.

Na obra, Harari destaca que o risco de uma classe de pessoas inúteis do ponto de vista econômico e político com a disrupção tecnológica é imenso. “Ninguém sabe como o mercado de trabalho será em 2050, mas sabemos que será completamente diferente do que é hoje, já que a maioria dos trabalhos vão desaparecer até lá. Será que trabalhos novos suficientes serão criados? Como treinar as pessoas para esses novos trabalhos?”

Em tempo, disrupção tecnológica ocorre quando uma tecnologia altera as regras do jogo de um mercado, a vida das pessoas ou uma sociedade inteira, como a Inteligência Artificial. E chegando aqui, chegamos nelas, as big techs.

Big techs: uma nova revolução industrial ou bolha mesmo?

São elas que segundo alguns analistas estão carregando a bolsa dos EUA nas costas, as gigantes da tecnologia, conhecidas como big techs. O sexteto tecnológico formado pela Apple (AAPL34), Amazon (AMZN34), Meta (M1TA34), Alphabet (GOOGL34), Microsoft (MSFT34) e Nvidia (NVDC34) se tornaram as responsáveis pela maior parte da alta do índice S&P 500, em especial devido aos seus pesos, que somam hoje 24,81%, segundo a Empiricus, que acredita que  agora a bolha das “Mega Caps” se tornou evidente. “Se tomarmos como base o retorno do ETF composto pelos mesmos nomes do S&P 500, mas com pesos iguais para as ações, a diferença fica na casa dos 700 pontos percentuais.”

A líder da lista de maiores altas é a NVIDIA, que acumulava valorização de 191,86% até 15 de junho. Na sequência, a Meta,com 134,19% e, em terceiro, a Tesla, que embora seja uma montadora de veículos elétricos, se posiciona como uma empresa de tecnologia por ter seu modelo de negócios baseado em programação. A empresa do Musk teve alta de 107,74% no intervalo.

De acordo com Gabriel Câmara, assessor da iHUB Investimentos, essas empresas têm  experimentado um crescimento notável nos últimos anos, impulsionado em grande parte pelos avanços na inteligência artificial (IA) e suas aplicações em diversos setores da economia. Conforme o assessor da iHUB, é importante avaliar se a valorização das ações das big techs pode ser considerada uma bolha especulativa ou se está fundamentada em sólidos fundamentos de mercado. 

“O mercado de tecnologia é notoriamente volátil e sujeito a flutuações imprevisíveis, e a valorização excessiva das ações pode ser um motivo de preocupação. É fundamental que os investidores analisem cuidadosamente os aspectos financeiros e operacionais das empresas, bem como as perspectivas futuras, antes de tomar decisões de investimento”, comenta Gabriel.

 

Texto: Cátia Chagas, jornalista, Portal Acionista.