O que é o inverno cripto?
Se há uma palavra capaz de descrever a característica mais marcante das criptomoedas, sem dúvida é “volatilidade”. Desde que o Bitcoin saiu de poucos centavos, há um pouco mais de uma década, para atingir quase 70 mil dólares por unidade, no ano passado, não faltam histórias de pessoas que conseguiram ganhar fortunas investindo relativamente pouco em criptoativos.
Essas histórias, que também povoam o mercado acionário desde os seus primórdios, provocaram uma verdadeira corrida de investidores em busca das melhores corretoras de cripto para ter exposição à próxima moeda digital capaz de gerar ganhos extraordinários de capital em um prazo relativamente curto.
Mas a má notícia é que as criptomoedas não vivem em um mundo à parte e também sofrem com o estresse de outras classes de ativos tão ou mais arriscadas, como commodities, câmbio, juros, ações e derivativos.
A profunda desvalorização do criptomercado, desde que as principais moedas atingiram o pico no ano passado, fez com que especialistas cunhassem o termo “inverno cripto”, para descrever esse período de profundas perdas de valor desses ativos digitais, cujas inovações prometem revolucionar muito além do mercado financeiro.
Neste artigo, vamos entender melhor o que, afinal de contas, é esse tal de “inverno cripto” e saber se esse é o momento ideal para realizar compras escalonadas em ativos estratégicos, como Bitcoin e Ethereum, visando uma forte retomada do mercado nos próximos anos.
O que é inverno cripto?
É um período caracterizado por quedas generalizadas de preços das criptomoedas, capazes de gerar grandes prejuízos a investidores posicionados em cotações mais elevadas.
Para exemplificar o que significa inverno cripto, podemos associá-lo ao chamado “bear market”, ou mercado de baixa, em ações de empresas listadas em bolsas de valores. Um “bear market” costuma ser caracterizado por uma desvalorização de mais de 20% desde o último pico ou preço de fechamento mais alto em termos nominais, segundo as definições mais aceitas entre os investidores.
No caso das criptomoedas, por se tratar de um mercado ainda incipiente e sem a devida regulamentação em diversos países, as oscilações de preços podem ser extremamente violentas, na medida em que ainda são poucos os investidores institucionais que aplicam ou têm permissão para realizar investimentos nessa classe de ativos.
Esses investidores institucionais são responsáveis por fornecer liquidez ao mercado financeiro, o que, em muitos casos, evita que os ativos apresentem uma volatilidade exagerada, como ocorre nas criptomoedas.
Alta volatilidade e oportunidades de investimento
Para se ter uma ideia de como os criptoativos podem ganhar ou perder valor em pouco tempo, o valor de todo o mercado de criptomoedas cresceu duas vezes e meia no primeiro semestre de 2021. Nesse período, a capitalização do criptomercado saiu de cerca de 700 bilhões para mais de 2,4 trilhões. Porém, as quedas costumam ser ainda mais pronunciadas. Em questão de poucos meses, o Bitcoin, por exemplo, perdeu mais de 70% do seu valor desde a máxima de novembro de 2021.
E justamente esse último ciclo de forte correção dos preços vem sendo chamado de “inverno cripto”, uma vez que toda a classe de ativos tem perdido valor nos últimos meses, em razão da aversão ao risco global.
Esse pessimismo com os ativos de risco se deve à forte alta da inflação mundial após a pandemia de covid-19 e à reação dos principais bancos centrais, no sentido de “apertar” as condições financeiras e reduzir os aumentos de preços, através da elevação de juros.
Quando os juros sobem, o custo do crédito e o risco do investimento em renda variável também crescem, provocando fortes quedas de mercado, como está acontecendo com as criptomoedas.
No entanto, como a história mostra, é justamente nesses momentos de baixa que surgem as melhores oportunidades de comprar ativos abaixo do seu preço justo, com foco em uma valorização posterior. E o mesmo pode estar acontecendo neste momento com as criptomoedas. Por isso, pode ser uma boa ideia aproveitar as recentes correções para se posicionar aos poucos em ativos de alta qualidade, a preços mais baratos.